é um sujeito inquieto para distâncias. tudo o que está longe e lhe é essencial parece agoniá-lo em demasia. pela ânsia de ter perto o que o alimenta, pela sobriedade do equilíbrio que vem do ato de compartilhar vivências. em decorrência, oscila o humor, em risos fáceis de versos tristes e lágrimas estancadas de pensamentos energicamente eufóricos. suas contradições não são expressáveis, pois contidas em seu olhar constantemente pisado. sente saudade e se prende na liberdade que é poder sentir. para tudo o que se faz amargo, adoça com o afeto que lhe é próprio por uma xícara de café. sujeito de variáveis e incontáveis vontades: em seu paradoxo de se manter distante do que é banal, sonha em poder dizer pequenas expressões cotidianas sem que aparelho nenhum as intermediem. todos os dias opera a terapia da aceitação - na imposição do necessário. é, pois, melhor dizendo, um sujeito anacrônico, avesso ao seu tempo.
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